segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Entrevista Especial: Otto


Direto do mangue pernambucano, o cantor e compositor Otto lançou um dos CDs mais interessantes do ano passado ("Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos"), que teve uma excelente repercusão em várias partes do mundo, inclusive no jornal New York Times, no qual o ex-correspondente americano no Brasil (Larry Rother) comparou Otto com o Moby. Nessa entrevista exclusiva, ele revela como o CD foi produzido e a relação dele com a música paraense.


Como foi o processo de produção e composição do novo CD?

Produção independente, minha. Tenho parcerias com grandes amigos de trabalho. Um disco é conceito e talento. Somos uma equipe (eu, Pupillo, Catatau, e o Dengue). Somos parcerias. A composição no âmago é minha: cantarolo as canções que faço e Puppilo digere na bateria, no beat , pessoal dele. Dengue lapida os graves e Catatau permeia meu canto com as guitarras. Mexe tudo isso, e pronto!. Música minha tem que ter psicodelia. O músico tem que estar livre. Eu sei mexer na máquina. É forte.
As horas de gravação são sonhos.


Como está sendo a repercussão, tanto de crítica quanto do público?

Cara, o público e a critica certas criam opiniões exatas. Eles estão respeitando meu trabalho, gostando. O público é o termômetro. Tenho meu público. Ele merece, é lindo; e está feliz com o que a crítica está falando bem do que eles gostam.


O Mangue Beat foi um grande marco na cena musical pernambucana. O que você poderia destacar dos artistas atuais da cena musical de Pernambuco? E para você o quanto foi importante o Mangue Beat?

O mangue beat, meu manguebit, ele está todo aí. Vejo em todo mundo. Nós continuamos os mesmos. Neste fim de ano, nos encontramos lá em Recife. Está tudo aí. Todo mundo tem coisa a fazer ou está fazendo. Fabinho, Pupillo, Fred, Jorge, Berna, Siba, Junior Barreto; para mim só somamos e ficamos melhor. A cena está mais madura, ótima, saudável, rica. Agora se me perguntar se estamos na mesma? Isso nunca. Somos velozes neste sentido. Sem falar que estamos além das nossas marés. Tem gente de todo lugar. Sempre vejo o mangue beat como turma, amizade, talento de muito tempo. Contemporâneo.

Você conhece a música paraense. O que você poderia dizer sobre o que deixa mais interessado em relação a música daqui? E que artistas você destacaria?

Cara tenho uma relação de amor com o Brasil. Sempre que fui a Belem, fui feliz...O ESTADO DO PARÁ é muito vivo. Agora acho um absurdo eu nunca ter ido aí com meu show, com meu trabalho, minha banda. Lamento porque sei do público que tenho. Ele é querido demais. E toco meu carimbó também. Sou amigo e parceiro do Mestre Laurentino , ele é um amigo a quem respeito e amo; Dona Onete, Coletivo Rádio Cipó, La Pupuña, Mestres da guitarrada, Calibre, Marisa Brito...muita gente.

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