segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Entrevista Especial: Carlos "Canhão" Brito


Quem mora há mais de 10 anos em Belém e acompanha a cena da música independente local, com certeza já presenciou e confirmou o talento do baterista Carlos "Canhão" Brito, que fez parte da clássica banda A Euterpia, durante 10 anos. Agora "Canhão", como é mais conhecido, está há dois anos em São Paulo e está atuando de maneira impecável nas bandas: www.myspace.com/vktrio e www.myspace.com/araticum. Para quem ficou interessado, já existe a promessa de algumas apresentações em Belém, no mês de fevereiro. Aproveite essa entrevista exclusiva.



Como está sendo esse período aí em São Paulo?

Sid, de certo modo está sendo um novo recomeço, mas de maneira diferente, pois ao longo do tempo já adquiri uma certa experiência musical e sei como lidar com essas coisas, mantenho a calma e o foco no motivo pelo qual vim parar nesta cidade, aqui como "todos" falam, tem muitas oportunidades; mas também tem muita concorrência e a "briga" pelos espaços é muito acirrada. Aqui tem muitas escolas de música e muitos músicos que tem formação acadêmica, o que lhes permitem outra visão da música e desenvolvem um trabalho musical com melhor qualidade. O profisionaismo é muito maior e essa exigência de profissionalismo é muito cobrada em alguns lugares, fora a velha estória das "panelas" como ocorre em todos os lugares; enfim... (há quem diga que aqui é difícil de se fazer amizades nesse meio, porém "é mais fácil conquistar mais um concorrente", ouvi esta frase de um amigo uma vez), mas graças a Deus consegui fazer alguns poucos e bons amigos, o que me possibilitou tocar e gravar com outros músicos daqui e de outros estados, mas que atualmente também estão morando aqui, e como moro em uma casa com outros três músicos (Um fagotista e mais dois percussionistas, o que me motiva a estudar cada vez mais, pois quem conhece a casa sabe que ela mais parece uma escola de música, tem sempre alguém tocando algum instrumento), e por meio deles acabei conhecendo músicos de várias vertentes e tive oportunidades de tocar e gravar com alguns deles, o que tem sido muito bom para o meu crescimento musical.

Araticum

Atualmente, você está tocando em duas bandas:
www.myspace.com/vktrio e http://www.myspace.com/araticum. Fale sobre como está cada banda. E conte um pouco sobre o fim da banda A Euterpia?


Bem, A Euterpia (Marisa Brito-Vocal/Carlos Brito Jr.-Bateria/Tom Salazarcano-Guitarra/Antonio Mª Novaes-Violão/Gilberto Cerantola-Contrabaixo),já saiu de Belém com um trabalho consolidado na cidade,um CD gravado ("Revirando o Sótão", pela Ná Records) e com exceção do teatro da Paz tocamos em todos os lugares possíveis, d'A Pororoca (em meio a cinco bandas de brega) ao Parque dos Igarapés (em meio quatro bandas de reggae), em festivais e outras bibocas, então acho que saimos no momento certo. Mas infelizmente por vários motivos a banda acabou, sem brigas sem discussões, foram apenas motivos pessoais de integrantes da banda, continuamos amigos e sempre nos falamos e torcemos um pelo outro para que todos sigam felizes nos caminhos que cada um decidiu seguir.

O Vk-Trio (Formado por: Vadim Klokov-Piano/Carlos Brito Jr.-bateria e Saulo Rodrigues-Baixo Fretless) surgiu do reencontro com amigo Vadim Klokov, que morou uns 13 anos em Belém, era fagotista da OSTP e prof. do Conservatório Carlos Gomes, e que estava aqui em SP divulgando seu CD (Jivelox, que saiu pela Ná Records), ele estava tocando com samples, e depois de umas conversas resolvemos montar um trio,(para tocar as composições dele) que a princípio tinha o amigo Regis Patrick ao contrabaixo, mas que voltou pra Belém pra assumir a cadeira de contrabaixista da OSTP, e depois o Vadim conheceu o Saulo,que é o atual baxista, gravamos um CD demo com quatro músicas (rearranjos de músicas do Vadim para o formato de trio), e fizemos um apresentação em um bar aqui de SP e estamos articulando outras apresentações e tentando tocar em algum festival de música instrumental, e queremos muito tocar no Baiacool Jazz, ou outro evento ai em Belém.

O Araticum (formado por Bruno Duarte-Vibrafone e Percussão/Carlos Brito Jr. Percussão e Vibrafone/Vadim Klokov-Fagote/Duduk e Flauta Pan e que tinha o Tom Salazarcano-Violão, hoje substituido por Davi "Chocolate" que também toca cavaquinho) surgiu de um processo natural de músicos que moram juntos (no caso, eu Vadim e Bruno) e que vivem trocando informações musicais, e como sempre que estamos em casa de bobeira fazemos um som, improvisando geral, resolvemos organizar a sonzeira e montar um repertório, ai chamamos o Tom Salazarcano pra tocar Violão. a principio seria pra tocarmos chorinho, mas resolvemos expandir o leque e atualmente tocamos todo tipo de música sempre tentando dar um caráter de música étnica, com toques de erudito, às composições, e também estamos tocando composições próprias e já começamos a preparar as bases de algumas músicas para gravarmos no início de 2010.



Quais são as perspecitvas musicais em São Paulo?

As persperctivas músicas são boas, sempre com a intenção de tocar o máximo possível, e levar nossa música pra mostrar em qualquer lugar daqui ou do mundo. Mostrar um pouco do que sabemos fazer musicalmente.

O que você pode destacar do mundo musical de São Paulo?

Cara é difícil responder a essa pergunta. Assim como em outros os lugares, aqui tem muita coisa boa, outras nem tanto e outras uma bosta; de coisas novas que vi e gostei tem o Loungetude 46, Vintena Brasileira, Marília Duarte, Andréa Dias; e outros que não lembro nome.

Um comentário:

  1. Gostei da entrevista!O Carlos é uma figura,e um excelente músico.Não posso dizer que sinto saudades, já que ele é quase meu vizinho...rs..Mande mais dessas entrevistas e novidades daí terrinha.É bom saber sobre Belém e ´sobre o cenário musical em geral.Gostei do blog.

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