O talento do DJ paulistano Tahira mostra o quanto estamos muito bem representados dentro da cena eletrônica mundial. Quem já teve a chance de escutar ou assistir o set dele, percebeu muitas influências de estilos musicais de vários países. Dentro dessa perspectiva, o Tahira já se apresentou em Belém e conheceu o poder da música paraense. "Eu mesmo toco alguns sons do Pinduca. Não os mais famosos, mas sim os que considero que tenham um bom groove. Em Paris a música 'Tucandeira' dele e levantou neguinho do sofá. Musica certa na hora certa. É disso q as pessoas precisam". Aproveite entrevista.
Conheça mais do trabalho do DJ Tahira: http://www.myspace.com/djtahira e http://www.ebspodcast.com/
Quando começou o teu interesse pela música? E como foi o início da tua história como DJ?
Quando tinha uns 10 anos eu vi um filme chamado Beat Street. Contava a história de uma crew nos bairros pobres no bBronx. Bboys, DJs, MCs, produção musical independente; e aquilo tudo me deixou com a cabeça cheia. Pirei mesmo, ficou na minha memória.
Depois de um tempo quando tinha 15 anos, comecei a me interesssar em fazer festas e discotecar nos bailes de garagem do meu bairro e de outros bairro. Fui me espalhando, quando percebi, tocava em uns cinco bairros diferentes; estava famoso na região. (rsrsrsrs).
Como nenhum dos meus amigos próximos gostavam disso, eu comecei a ir sozinho nas matinês, e participava de campeonatos para conseguir tocar clubs. Não tinha outra forma. Não conhecia ninguém do meio. Era o único jeito. Participei de vários. Ganhei o primeiro na Zona Leste de SP. Não lembro direito. Acho que era em 93. Fui um estagiário de DJ, ou seja, escravo e DJ . O club se chamava Alien. Tocava aos sábados à noite, e domingo de matinê ao meio-dia. Como era novo e não tinha carro, dormia no club. Fiquei uns seis meses e nunca ganhei um tostão. Acho que na época não tinha outro jeito mesmo, infelizmente.
Mas depois com um pouco de mais maturidade, e informação muscal, continuei participando de campeonatos até ganhar um outro que me colocou no cenário musical dos Jardins. Na época, era o hype de São Paulo. Tive oportindade de tocar em clubs como Latino, Columbia, Cha Cha Cha, Aze 70, percursores de tudo isso que vamos em SP e no Brasil. Foi realmente o início da cena club.
Depois, foi tudo normal, a carreira de DJ cresceu, os clubs aumentaram, a Dance Music também; e é o q você vê atualmente.
Quem são as tuas principais influências?
Eu comecei como um DJ de soulful house. E apareci no mercado assim. Mas pesquisando as boas raízes desse som. Tive contato com a musica negra antiga. Disco, Soul, Funk, Jazz, música latina, brasileira e africana. E desde então, nunca mais saí disso. É a estrutura e background musical base pra eu para selecionar meu repertório . Tudo que toco eletrônico ou não, tem essa vibe.
Quais foram os teus melhores momentos na tua carreira como DJ?
Já rolou muita coisa legal, mas o que vem na minha cabeça agora são alguns eventos. Tocar na primera Virada Cultral em SP, no centro foi uma das melhores experiências que tive. Foram poucas vezes que vi uma reação de público tãoo grande. As pessoas gritavam quando acabavam as músicas. Não dava pra mixar de tão eufórico que povo estava. E tinha muita gente.
Tocar na praia de Copacabana no reveillon para 60 mil cabeças, é algo bem legal e assombroso ao mesmo tempo.
A primeira experência de discotecar no exterior é fantástica. Um desafio impressonante. Foi na Ucrânia. Discotecar Dancefloor Jazz em New York City, e no final do set, o club aplaudir e berrar foi algo incrível. Vejo New York como o berço de tudo que toco e o melhor público do mundo para o meu tipo de som.
Quais são os teus projetos para 2010?
Eu tenho um label chamado EBS Diggin. Quero me dedicar a ele no exterior. Comecar a produzir minhas músicas. E ter algumas festas de estilos diferentes em SP.
Ouvindo tanto as tuas músicas no myspace quanto no teu podcast é possível perceber influências de músicas de vários estilos e de várias partes do mundo. O que você poderia dizer sobre isso? E o que você conhece da música paraense?
Música boa tem em todo lugar. Só é necessário pesquisar bem. Ai sim você encontra bons sons. Tenho a cabeça bem aberta. Não importa de onde seja. Se eu curti eu pego. Sou bem sincero comigo. Vejo a discotecagem como um discurso onde você apresenta seus gostos e conta uma história. Eu mesmo toco alguns sons do Pinduca. Não os mais famosos, mas sim os que considero que tenham um bom groove. Em Paris a música "Tucandeira" dele e levantou neguinho do sofá. Música certa na hora certa. É disso que as pessoas precisam. Os DJs sao responsáveis em filtrar esse monte de musica que é feita todos dias (90% é bem ruim) e repassar para seu público o mais legal. E é isso que sempre tento fazer.
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