Agora será possível conhecer todo o cenário de um estilo de música paraense, que está sendo considerado por muitos especialistas do assunto, como a mais nova revolução, o Tecnobrega. O documentário “Brega S/A” tem pré-estreia marcada para esta sexta-feira (2), às 20h30, no Cine CCBEU, e será exibido pela MTV Brasil, no sábado (3), meia noite. Com reprise domingo às 19h30 e depois se incorpora a programação até o final do ano.
Para explicar detalhes sobre o documentário, o jornalista, e um dos diretores, Vladimir Cunha, conta como foi essa produção realizada sem o apoio de qualquer Lei de Incentivo Cultural.
Vladimir "Vlad" Cunha
Bem, como surgiu a idéia de fazer um documentário sobre o Tecnobrega?
Cara, isso foi depois de uma matéria que eu fiz para Bizz, na época em que o Tomate editava lá, 2001. Em 2004, eu conheci a Priscilla Brasil (produtora executiva do documentário) e o Gustavo Godinho (um dos diretores). A Priscilla também tinha vontade de produzir um documentário sobre brega, e o Gustavo tinha acabado de conhecê-la.
Eles me mandaram um e-mail e sentamos para conversar. Mas na época, ela estava dirigindo o documentário “Filhas da Chiquita” (lançado em 2006, pela produtora Greenvision) e o brega ficou pra depois. Quando finalizamos o documentário sobre a festa da Chiquita (N.do.Editor: Evento que acontece na véspera do Círio de Nossa Senhora de Nazaré), voltamos a pensar em fazer um documentário sobre o brega; e como não conseguimos patrocinador, decidimos realizá-lo com recursos próprios.
O que tem de tão revolucionário no Tecnobrega?
Cara, isso foi depois de uma matéria que eu fiz para Bizz, na época em que o Tomate editava lá, 2001. Em 2004, eu conheci a Priscilla Brasil (produtora executiva do documentário) e o Gustavo Godinho (um dos diretores). A Priscilla também tinha vontade de produzir um documentário sobre brega, e o Gustavo tinha acabado de conhecê-la.
Eles me mandaram um e-mail e sentamos para conversar. Mas na época, ela estava dirigindo o documentário “Filhas da Chiquita” (lançado em 2006, pela produtora Greenvision) e o brega ficou pra depois. Quando finalizamos o documentário sobre a festa da Chiquita (N.do.Editor: Evento que acontece na véspera do Círio de Nossa Senhora de Nazaré), voltamos a pensar em fazer um documentário sobre o brega; e como não conseguimos patrocinador, decidimos realizá-lo com recursos próprios.
O que tem de tão revolucionário no Tecnobrega?
Eu acho o Tecnobrega à música mais inventiva e importante do Pará. Na minha opinião, o rock paraense está em crise. O que me chamou a atenção do Tecnobrega foi os caras inventarem uma coisa que não se parece com nada por conta própria, e criar um mercado gigantesco sem a ajuda de ninguém, sem lei de incentivo, sem patrocínio; sem nada. Eu acho que não é o caso de discutir se a musica é boa ou não, até porque o Tecnobrega não é nem o primeiro e nem o segundo estilo musical que eu mais gosto.
Tu achas que o Tenobrega seria um filho do Punk Rock, dentro do princípio do faça você mesmo?
O Tecnobrega, na verdade, é filho de uma coisa mais complicada, que é a situação sócio-econômica de Belém. O abandono da periferia da cidade pelo Estado. O Tecnobrega, e tudo o que gira em torno dele. Nasce disso. Como costuma dizer o DJ Maluquinho, o Tecnobrega é a válvula de escape da periferia. Tira isso dela e tu vais ver Belém igual à Los Angeles, na época do Rodney King
Qual será a evolução do Tecnobrega?
Cara, a lógica do Tecnobrega é a da musica da pista. Não é musica para ouvir em casa lavando louça. É musica pra dançar na pista.
Acho que por essa condição sócio-econômica, talvez ele caminhe para se tornar mais minimalista e mais eletrônico. Ao passo que o Brega Pop vai se configurando como uma espécie de AOR (Adult-oriented Rock, música direcionada para quem ouve os álbuns e não apenas os singles) belenense, tocando só nos bailes da saudade.
Acho que por essa condição sócio-econômica, talvez ele caminhe para se tornar mais minimalista e mais eletrônico. Ao passo que o Brega Pop vai se configurando como uma espécie de AOR (Adult-oriented Rock, música direcionada para quem ouve os álbuns e não apenas os singles) belenense, tocando só nos bailes da saudade.
Qual é a perspectiva em relação ao documentário?
Taí um negócio que eu não sei dizer mesmo. Eu acho legal que ele estréie em cadeia nacional na MTV. Para quem produziu um filme modesto e barato isso já é bom demais. Mas a partir daí, não sei.
E os teus próximos projetos?
Eu nem pensei nisso ainda, porque tem também o clip do Curumin, que lançamos agora e o clip do Daniel Peixoto, do Montage, dirigido pela Priscilla e pelo Brunno, que foi nosso assistente de edição no Brega S/A.
SERVIÇO:
“Brega S/A” tem pré-estreia dia 2 de outubro, 20h30, no Cine CCBEU.
FICHA TÉCNICA
Direção, roteiro e edição: Vladimir Cunha e Gustavo Godinho
Direção de fotografia: Gustavo Godinho
Produção executiva: Priscilla Brasil
Produção: Teo Mesquita e Lívia Condurú
Assistente de direção: Rafael Guedes
Auxiliar de produção: Carlos Lobo e Bruno Régis
Som direto: Fábio Carvalho
Produção: Greenvision Filmes
Trailer do documentário "Brega S/A"
Vlad, parabéns pelo vídeo e pela entrevista. Ela mostra que tu és um cara que manja mesmo de música e não um maluquinho com uma câmera na mão. Muito sucesso!
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